“A Defesa Civil está preparada”, afirma secretário adjunto de Resiliência Climática e Relações Comunitárias sobre temporais em Santa Maria

Foto: Beto Albert (arquivo/Diário)

O Rio Grande do Sul pode registrar, nos próximos dias, temporais, chuvas fortes e granizo nas regiões Central, Campanha e Sul do Rio Grande do Sul. Segundo a Baroclima Meteorológia, um cenário mais severo deve ser observado, principalmente, entre quarta-feira (7) e sexta (9).

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Em entrevista ao programa F5, da Rádio CDN, na manhã de quarta-feira, o secretário adjunto de Resiliência Climática e Relações Comunitárias de Santa Maria, Edson Roberto das Neves Júnior, falou sobre o alerta:

– Recebemos dos órgãos de meteorologia a previsão de chuvas e tempestades a partir de quarta e quinta com até 140 milímetros (mm) acumulados e ventos que podem chegar até 60 km/h.Já na sexta-feira, pode chegar um novo período de chuva intensa com 100 mm de chuva e ventos de 60 a 90 km/h. Pela previsão, essa tendência de sexta se torna mais preocupante.

Perante o cenário, Neves Júnior pede que a população se mantenha calma e tome cuidado. Nos últimos dias, a pasta esteve a frente de uma série de atividades, que vão desde a organização de equipes até a adoção de medidas de prevenção e resposta à população de Santa Maria.

– Por ordem do prefeito Rodrigo Decimo, já realizamos preparativos na sexta-feira passada em reunião com as secretarias de Desenvolvimento Social, Serviços Públicos e Infraestrutura, além de uma série de ações de prevenção como desobstrução de bueiros e pontes, retirada de entulhos e resíduos, visando que uma maior fluidez da chuva que atinge Santa Maria. As ações de preparação de equipes de resposta também estão em andamento. Estão sob aviso a Defesa Civil e a Guarda Municipal, ou seja, a prefeitura como um todo está preparada – afirmou.

O papel da comunidade

Para Neves Júnior, que tem ampla experiência ligada a Defesa Civil, a compreensão da comunidade sobre o papel a ser desempenhado dentro do plano de prevenção e salvamento é essencial para salvar vidas.

– A comunidade é o ponto chave nessas ações de proteção e Defesa Civil. Há ações que o cidadão pode fazer e que colaboram muito quando há algum tipo de desastre, como a revisão da cobertura da residência, desentupimento de calhas e remoção de entulhos que possam entupir a drenagem do próprio pátio – exemplifica.

A definição de prioridades durante os eventos climáticos também é um ponto citado pelo secretário adjunto, que passa algumas orientações a população:

– Se (a casa) destelhou, acione ajuda. Vai vir a cobertura emergencial, que é a lona. Pedimos que as pessoas não usem esse material para cobrir as residências. Cubram os movéis e salvaguardem os pertences possíveis dentro do imóvel. Passem a noite em um lugar seguro, para no outro dia, com tempo, rever a questão do telhado. Em uma área onde trabalhei, tivemos 5 mil casas destelhadas e ninguém se machucou nesse desastre. Agora, colocando telha ou lona nas casas durante a noite, foram registradas 53 quedas e dois óbitos. E isso preocupa muito.

Segundo Neves Júnior, o ideal em situações de risco é adotar uma postura de autoproteção.

– Estamos buscando trabalhar em Santa Maria a cultura da autoproteção e do auto salvamento. No caso de vendaval, é indicado buscar um lugar seguro. Ou seja, sair de casa e ficar na casa de vizinhos e familiares ou acionar a Defesa Civil para ser levado para um lugar seguro. A primeira identificação de risco é do próprio morador. Então, ele precisa adotar essa postura. Se você está em um lugar que oferece risco, como R4 (muito alto) ou R3 (alto) no momento, saia do local. Em primeiro lugar, devemos preservar a vida – reforça o secretário adjunto.

Mobilização

Caso sejam registrados estragos em decorrência dos temporais, a população poderá contar com recursos entregues pela Defesa Civil. À Rádio CDN, Neves Júnior falou sobre os estoques de matérias e quem poderá ser contemplado pelas ações:

– A Defesa Civil de Santa Maria está preparada. Possui estoque de lonas e telhas, porém, para o fornecimento de telhas, há embasamento legal sobre quem pode ser contemplado, que são famílias em situação de vulnerabilidade social, em um total de até 41 metros quadrados emergencialmente. Então, é feito o atendimento, o cadastro e já se inicia o processo das ações de reestabelecimento e reconstrução dentro dos critérios legais.

Considerando o cenário registrado em maio do ano passado, quando fortes chuvas atingiram Santa Maria e deixaram centenas de pessoas desabrigadas, uma força tarefa já foi montada pela prefeitura.

– A secretaria de Desenvolvimento Social já está vendo locais que possam ser utilizados em diferentes pontos da cidade para abrigar famílias, caso necessário. Temos que trabalhar, em primeiro lugar, para salvaguardar vidas. No outro dia, se não tiver ocorrências, as famílias retornarão novamente as residências – comenta Neves Júnior.

Ajuda

Em situações de emergência, a orientação do secretário adjunto de Resiliência Climática e Relações Comunitárias é que a população ligue para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública de Santa Maria (Ciosp) no telefone 153. Outra ferramenta disponibilizada aos santa-marienses é o WhatsApp da Defesa Civil.

– A população pode agilizar esse atendimento e inclusive o trabalho das equipes de respostas se utilizar o WhatsApp. Então, se ao invés de ligar, a pessoa puder nos mandar uma mensagem para o (55) 9110-7940, que é o WhatsApp da Defesa Civil, ajudará muito. Por lá, ela pode enviar uma mensagem com o nome completo, endereço e até mesmo, uma foto do dano que ocorreu. Essa informação será recebida e repassada para as equipes, além de ajudar a dimensionar a gravidade do dano. Então, pedimos que prioritariamente usem essa ferramenta. Se não for possível, ligue para o 153 – conclui.

Veja os principais contatos de ajuda

Defesa Civil